CEMA

Após seis meses de espera, finalmente hoje fui com meus pais ao CEMA, centro médico especializado em Oftalmologia e Otorrinolaringologia. O meu pai tem problema de audição e mesmo contrariado, aceitou ir a consulta correndo o risco de ter que (ou ter de?!... eu nunca sei!!) usar o aparelho auditivo.
Chegamos lá às 9:00 e me deparei com uma multidão de idosos. Somando a idade todo mundo acho que chegaria fácil a mil anos. Por ser atendimento do governo, a quantidade exorbitante de pessoas é normal.
Lá vi de tudo um pouco... uma menina de + ou - 4 anos cega do olho esquerdo; um moleque quase da minha altura de chupeta; morador de rua; velhos com bengalas ou cadeira de rodas; criança chorando; mãe trocando fralda do neném no meio de todo mundo; etc...
Uma das senhoras começou a reclamar em alto e bom (eu diria péssimo) tom que achava um absurdo só ter consulta para Outubro, que ela não ia marcar coisa nenhuma e que ia passar no médico particular. Pensei com meus botões: 'a infeliz vem em um hospital público e ainda quer que a consulta seja para daqui 2 dias. Tenha dó.'
O que me surpreendeu foi a qualidade do atendimento. Funcionários educados e super pacientes, afinal, lidar com gente de idade e na sua maioria surda não deve ser fácil. Os médicos eram sua maioria recém-formados, mas atenciosos e dedicados.
Meu pai fez uma limpeza no ouvido e retornará para fazer a audiometria, mas tem um detalhe: o CEMA está ligando esse mês para marcar o exame de quem foi atendido em Fevereiro, portanto, só Deus sabe quando voltaremos lá.
Viemos embora após 4 horas de espera para uma consulta que durou 15 minutos.
A pergunta que ficou na minha cabeça é a seguinte: imagina se meus pais, que vão ao médico quase toda semana e em especialidades diferentes, tivessem que usar um hospital do SUS? Só vivendo a situação para entender o que a população menos provida financeiramente sofre.
Viva o convênio médico!