[...em construção...]

15.9.09

Confissões de uma quase-escritora...

Mal coloquei o blog no ar e tive uma crise de bloqueio. Desde o último (e primeiro!) post não escrevi sobre mais nada. Talvez por não ter acontecido nada que merecesse ser registrado aqui ou simplesmente por não estar tão 'criativa' para escrever. Não sei...

Até rabisquei algumas coisas, mas não me empolguei em publicar as palavras soltas escritas nas linhas do meu caderno.

Bingo! Por que não escrever justamente sobre o não-escrever?

Eu, enquanto embriã nesse mundo dos textos literários, já confessei no meu perfil (ali do lado direito) que tenho dificuldade em sair dos padrões, jornalisticamente (sic) falando. E é difícil mesmo.

Fico encantanda com os textos que leio por aí, com uma riqueza de detalhes que não cansa, mas te faz sentir na cena narrada. Será que esses escritores têm dificuldade em elaborar esses textos ou simplesmente soltam a mão e deixam a mente criar?

Engraçado que meus amigos dizem que é impossível eu contar uma história sem colocar todos os detalhes de um fato acontecido. Há alguns que até confessam que isso chega a ser irritante, pois preferem a objetividade a narrativa mais longa, mas quando troco a fala pela escrita, tudo muda de figura e lá estou eu, bloqueada.

Será que ainda me liberto dessas amarras?

13.9.09

Ouvidos que imaginam

Chegamos a praça sob um sol que teimou em aparecer durante o longo de toda a semana.

Há bastante gente circulando, crianças, jovens, senhores e senhoras. Sento-me em um banco de concreto próximo a quadra.

Ouço o barulho do varrer de um gari que aparentar estar com aquelas varrouras de folhas secas e entre uma varrida e outra consigo ouvir o som tímo e compasado de um pássaro.

O jogo de futebol segue agitado com os gritos de 'vai, vai, próximo', dando a entender que aquela rodada acabou e outro time entrará em campo. A quantidade de palavrões ditos durante a partida chega ser impublicável.

Percebo que ao meu lado há uma senhora conversando, porém, não consigo compreender o que ela diz.

O varrer do gari agora está mais distante e o pássarou parou de cantar ou foi embora.

Abro os olhos. Tudo parece normal e eu tenho a sensação de que estava bem distante daquele lugar e que, ao voltar a ver o que acontecia ao meu redor, nada tivesse mudado.

Ver com os ouvidos trabalha a sua imaginação, te faz viajar....



PS: esse texto foi desenvolvido em um exercício do curso de Redação Criativa Avançado onde os alunos deveriam permanecer de olhos fechados durante cinco minutos e observar o espaço ao redor apenas pela audição.