Cheiro de Infância
Enquanto sentia o cheiro das folhas, a imagem da minha infância foi passando pela minha cabeça como um filme daqueles que não nos cansamos de ver.
Lembrei-me de quando cai da janela da sala de casa, na altura de cerca de dois metros, e fui parar no meio do jardim, toda envolta pelas folhas das plantas que minha mãe cultivava. O resultado de achar que podia voar foi um braço quebrado.
Hoje o jardim não existe mais.
Eu e meus primos também cansamos de brincar de tesouro escondido no sítio de nossos pais, onde criávamos mapas e recompensas aos que descobriam os "tesouros" que guardávamos em meio ao pomar e jardim daquele imenso espaço verde.
Hoje nós brincamos de nos esconder em escritórios cinzas e nossos tesouros e nossos tesouros passaram a ser meros bens materiais.
Por quantas vezes subi no pé de amora no sítio da minha tia-avó e perdia a noção do tempo deliciando daquela pequena fruta capaz de passar mal de tanto comer.
Hoje perco a noção do tempo enfiada no trabalho e passo mal de tanto tomar café.
Voltar a infância me faz lembrar da minha inocência, de como era bom viver sem justificar cada passo, cada atitude, ser apenas criança.
Eu cresci acreditando no ser humano, pois sempre tive amor por aquele que está ao meu lado e não consigo conceber que ele seja capaz de tanta maldade, que ele seja tão cruel consigo e com o próximo.
Quero voltar a minha infância. A sentir o cheiro das plantas e sentar no colo do meu avô enquanto ele me ensinava a ler partituras e brigava comigo porque pintava o desenho fora do traço que delimitava sua forma.
O ser humano perdeu sua essência, a inocência de se alegrar com um cheiro, uma imagem, um gesto. Trocou tudo isso pelo egoísmo, pela individualidade... eu não quero esse mundo pra mim.
Quero voltar a minha infância.
PS: esse texto foi desenvolvido em um exercício do curso de Redação Criativa Avançado onde permanecemos de olhos fechados e tentamos distinguir pelo olfato as plantas que estavam em nossas mãos e, ao final do exercício, deveríamos escrever um texto rápido sobre as nossas reações.
Lembrei-me de quando cai da janela da sala de casa, na altura de cerca de dois metros, e fui parar no meio do jardim, toda envolta pelas folhas das plantas que minha mãe cultivava. O resultado de achar que podia voar foi um braço quebrado.
Hoje o jardim não existe mais.
Eu e meus primos também cansamos de brincar de tesouro escondido no sítio de nossos pais, onde criávamos mapas e recompensas aos que descobriam os "tesouros" que guardávamos em meio ao pomar e jardim daquele imenso espaço verde.
Hoje nós brincamos de nos esconder em escritórios cinzas e nossos tesouros e nossos tesouros passaram a ser meros bens materiais.
Por quantas vezes subi no pé de amora no sítio da minha tia-avó e perdia a noção do tempo deliciando daquela pequena fruta capaz de passar mal de tanto comer.
Hoje perco a noção do tempo enfiada no trabalho e passo mal de tanto tomar café.
Voltar a infância me faz lembrar da minha inocência, de como era bom viver sem justificar cada passo, cada atitude, ser apenas criança.
Eu cresci acreditando no ser humano, pois sempre tive amor por aquele que está ao meu lado e não consigo conceber que ele seja capaz de tanta maldade, que ele seja tão cruel consigo e com o próximo.
Quero voltar a minha infância. A sentir o cheiro das plantas e sentar no colo do meu avô enquanto ele me ensinava a ler partituras e brigava comigo porque pintava o desenho fora do traço que delimitava sua forma.
O ser humano perdeu sua essência, a inocência de se alegrar com um cheiro, uma imagem, um gesto. Trocou tudo isso pelo egoísmo, pela individualidade... eu não quero esse mundo pra mim.
Quero voltar a minha infância.
PS: esse texto foi desenvolvido em um exercício do curso de Redação Criativa Avançado onde permanecemos de olhos fechados e tentamos distinguir pelo olfato as plantas que estavam em nossas mãos e, ao final do exercício, deveríamos escrever um texto rápido sobre as nossas reações.
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