[...em construção...]

13.9.09

Ouvidos que imaginam

Chegamos a praça sob um sol que teimou em aparecer durante o longo de toda a semana.

Há bastante gente circulando, crianças, jovens, senhores e senhoras. Sento-me em um banco de concreto próximo a quadra.

Ouço o barulho do varrer de um gari que aparentar estar com aquelas varrouras de folhas secas e entre uma varrida e outra consigo ouvir o som tímo e compasado de um pássaro.

O jogo de futebol segue agitado com os gritos de 'vai, vai, próximo', dando a entender que aquela rodada acabou e outro time entrará em campo. A quantidade de palavrões ditos durante a partida chega ser impublicável.

Percebo que ao meu lado há uma senhora conversando, porém, não consigo compreender o que ela diz.

O varrer do gari agora está mais distante e o pássarou parou de cantar ou foi embora.

Abro os olhos. Tudo parece normal e eu tenho a sensação de que estava bem distante daquele lugar e que, ao voltar a ver o que acontecia ao meu redor, nada tivesse mudado.

Ver com os ouvidos trabalha a sua imaginação, te faz viajar....



PS: esse texto foi desenvolvido em um exercício do curso de Redação Criativa Avançado onde os alunos deveriam permanecer de olhos fechados durante cinco minutos e observar o espaço ao redor apenas pela audição.